segunda-feira, 16 de abril de 2012

Entrevista com Paula Cristina

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Chamo-me Paula Brasil, nasci a 2 de Setembro de 1977 na Covilhã, mas fui criada na ilha de S. Jorge – Açores. Cresci maria-rapaz, um pouco rebelde e introspectiva e isso fez-me desde criança expressar-me através das artes, primeiro e sempre através da escrita, depois o teatro e mais recentemente pela fotografia.










Como surgiu a paixão pela fotografia?

Há poucos dias reencontrei um auto-retrato meu tirado creio que em 1990 tinha eu 14 anos com a pequena Kodak dos meus pais, a máquina da família, e fiquei admirada com a “qualidade da foto”. Quero com isto dizer que se calhar desde muito cedo tenho este “bichinho” cá dentro, mas só há uns anos atrás passou a fazer parte do meu dia-a-dia.

Faz da fotografia uma profissão ou um hobby?


Acho que no dia em que a fotografia passasse a ser uma profissão deixaria de ser tão atrativa para mim, tudo o que é por obrigação deixa de me seduzir. Gosto de fotografar quando me apetece, o que me apetece… só assim faz sentido, até porque tenho períodos de grande inspiração em que produzo imenso mas por outro lado também tenho fases em que nem me sinto capaz de pegar na máquina e aí todo o trabalho que fizesse não me iria satisfazer seria apenas “cumprir calendário”. A fotografia é uma forma de expressão, libertação e acima de tudo uma distração e por isso sem dúvida vai permanecer um hobby, apesar de levar a fotografia muito a sério.

Possui formação especifica ou é considera-se um autodidata?

Como em quase tudo o que faço também na fotografia sou uma autodidata, mas a humildade leva-me a reconhecer que aprendo muito com amigos que partilham a mesma paixão, apreciando os seus trabalhos e sobretudo quando explicam como os executaram. Acima de tudo é experimentar, errar, tentar de novo e usar a constante insatisfação que sinto para me superar a mim mesma e esforçando-me para fazer sempre melhor.

Que equipamentos e softwares usa?


Tenho uma Canon 500D e uma única lente 18-55mm que vinha com a máquina, vai fazer em Julho 1 ano. Até aí usava uma Samsung compacta e o sonho de ter uma reflex parecia muito longe de se realizar, mas graças a um convite inesperado para fazer um trabalho remunerado, vi-me “obrigada” a antecipar e concretizar esse sonho. Quanto a software uso o paint.net e o picasa, este último porque acima de tudo é uma excelente forma de ter as fotos organizadas.

Qual é o seu equipamento de sonho/eleição?


Percebo muito, muito pouco de equipamentos e confesso que ainda não me esforcei por perceber mais. Por vezes sinto necessidade de ter outra lente, mas como a disponibilidade económica é muito pouca não penso muito nisso.

Analógico ou Digital?


Digital, é um mundo de possibilidades.

Qual a sua preferência quanto aos estilos de fotografia? 


Faço de tudo um pouco, gosto de fotografar a natureza mas através de pormenores, não me dizem muito as fotos tipo “postal” a não ser que apresentem uma perspectiva inovadora. Gosto de close-up, de retrato e dentro deste estilo faço muito auto-retrato, também gosto de street photography mas confesso que me acanho um pouco… em algumas ocasiões sinto-me um pouco invasiva da privacidade alheia. Adoro fotografias com água em que se capta o movimento e as gotas. Gosto de preto e branco, embora também goste muito de cor, mas o preto e branco tem uma alma e mistério que causam um grande impacto, tenho sempre como referência o álbum de casamento dos meus pais que é dos trabalhos mais belos  que já vi a P&B. Na fotografia valorizo também a criatividade, o original e o espontâneo, gosto de jogos de luz, de sombras, gosto do inesperado e divertido.

Quando fotografa tem um propósito em mente ou deixa-se levar pelas oportunidades que surgem?


Depende, normalmente tenho um propósito em mente, a não ser que vá passear e leve a máquina e aí fotografo de forma espontânea. Faço alguma fotografia mesmo em casa e preparo as coisas para conseguir o melhor resultado possível.

Que acontecimento recente mais o levou a desejar lá ter estado como fotografo e porquê?


As últimas manifestações que tivemos em Portugal aquando das greves gerais, mas por norma porque a minha filha anda sempre comigo reservo-a desses momentos, que podem tornar-se complicados e até violentos como aconteceu na última manifestação.

Dos trabalhos fotográficos realizados, qual foi para si o mais marcante e com qual mais se identifica?


É difícil escolher um, não será aquele com que mais me identifico, gosto mais de fazer outro tipo de trabalhos, mas o mais marcante até hoje penso que foi mesmo a cobertura que fiz dum casamento gay entre duas mulheres absolutamente deslumbrantes, não me lembro de ter alguma vez assistido a uma cerimónia tão emotiva e bela… o amor de facto não tem sexo, nem raça ou idade, o amor não impõe condições são as pessoas que o fazem.

Que projetos na área da fotografia tem para o futuro?


Não tenho nenhum projeto específico, quero continuar um que ficou em stand-by “Imagens à letra”, em que retrato expressões populares à letra e adorava um dia fazer fotojornalismo, reportagem de guerra ou pós guerra por exemplo.

Quais as perspectivas atuais e futuras, que tem, da fotografia em Portugal? 

Acho que hoje em dia, e sobretudo pela fácil divulgação que as redes sociais em particular oferecem e a internet no geral, qualquer pessoa se diz fotógrafo e é reconhecido como tal. Eu não temo a “concorrência” não é isso que me preocupa, pelo contrário acho que todos têm lugar e podem trazem algo de novo. Preocupa-me sim ver muita gente, sem qualquer experiência e às vezes sem escrúpulos, que tenta fazer da fotografia apenas um negócio sobretudo na área da moda,  e isso pode muito bem nos próximos tempos banalizar a fotografia e colocar todos no mesmo saco, o que seria péssimo para esta arte e aqueles que a reconhecem como tal. Espero estar errada…

Quais são os teus fotógrafos de referência?


Vou referir alguns fotógrafos que conheci através das redes sociais e que admiro bastante, alguns deles membros também do fotogenicos.net. Ana Luar nos retratos, António Kool e Nuno Nóbrega nas paisagens e macros, Manuel Madeira adoro a sua visão, cor e misticismo, Maria Isabel Clara em moda e retrato, Lília Reis uma refrescante fotógrafa muito original… adoro as suas fotos, e ainda José Neves um fotógrafo completo e muito profissional.

Qual a sua opinião acerca do nosso site e na sua óptica que melhorias poderiam ser feitas? 


Gosto imenso do site, conheci-o através (lá está) do Facebook e desde o primeiro dia percebi que seria um local de eleição para partilhar os trabalhos que vou fazendo. Gosto da dinâmica, da participação interessada dos membros, os desafios são muito estimulantes, as parcerias são uma excelente oportunidade para todos, gosto de toda a estrutura e apresentação do site.  É bastante profissional, mas acho que falo por todos quando digo que nos sentimos em casa. Acho que a cereja no topo do bolo seria mesmo a criação da revista “Fotogénicos”.
Aproveito para agradecer o facto de ser moderadora do grupo para mim é uma honra. Nestes últimos tempos infelizmente a minha disponibilidade tem sido menor, mas o meu empenho em participar e ajudar a dinamizar o site está sempre presente.

Deixe o link do seu site ou blog.


https://sites.google.com/site/paulacristinaimagensaletra/home

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