segunda-feira, 12 de março de 2012

Entrevista com Eduardo Ventura

O meu nome é Eduardo Ventura, tenho 30 anos e sou natural de Almada. Sou Eng.º do Ambiente durante o dia e Fotógrafo à noite.

















Como surgiu a paixão pela fotografia? 

A paixão pela fotografia decorre da necessidade de criar e de desenvolver o meu lado criativo. Há relativamente pouco tempo voltei a pegar nos lápis e voltei a desenhar, carvão, sanguínea, etc. Depois, como desafio, comecei a pintar em óleo, acrílico e tinta da china até que redescobri esta paixão latente que é a fotografia e nunca mais a larguei. Acho a Fotografia como Arte e como processo criativo muito estimulante imenso e uma vez que esta é uma forma de Arte muito mais imediata posso obter resultados de forma mais célere. Ou seja, da formação da ideia à conceção da imagem não há um hiato tão grande como há noutras formas de Arte, por isso parece que esta paixão veio para ficar.

Faz da fotografia uma profissão ou um hobby?

Até há muito pouco tempo a fotografia não passava de um hobby como tantos outros mas este foi tomando uma dimensão cada vez maior e estou neste momento a iniciar-me como fotógrafo freelancer na área da música (concertos, bandas, etc).

Possui formação especifica ou é considera-se um auto-didacta?

Sou, acima de tudo auto-didata. Tudo o que eu sei, aprendi sozinho através de leitura de revistas da especialidade, de informação retirada da Internet, de Livros, etc. Ainda assim considerei importante realizar um Workshop de Técnica Fotográfica através do Instituto Português de Fotografia para sedimentar alguns dos conhecimentos quejá havia adquirido.

Que equipamentos e softwares usa?

Equipamento Digital: Canon EOS 500D; EF-S 18-55mm f/3,5-5.6; EF-S 55-250mm f/4-5.6; EF 50mm f/1.8;
Equipamento Analógico: Pentax MX; SMC 50mm f/2, Teleconversor 2x
Iluminação:Flashes externos YN-467; YN-460II e Hanimex; soft boxes, sombrinhas refletoras e translucidas, tripés de suporte de flash, refletor, etc.
Vários: Tripé Hama Star 61,aneis inversores, tubos de extensão, gama de filtros variada (ND’s integrais e em gradiente, CPL, UV, filtros de cor para P&B, filtros em gradiente de cor, suavizadores, etc),
Em termos de Software utilizo principalmente o Adobe Lightroom 3.3, já que este me permite editar de forma muito célere os ficheiros RAW ao mesmo tempo que me permite ter as minhas fotos organizadas. Há vezes porém em que o poder de edição do Lightroom não é suficiente e é necessário alterar a imagem por completo. Nessas situações uso o Adobe Photoshop CS5 que tem ferramentas e métodos que permitem fazer qualquer coisa… Literalmente, não há limite…

Quando quero fazer alguns projetos muito específicos recorro a software também específico, por exemplo para panorâmicas uso o Hugin, para rastos de estrelas uso o Startrails, para HDR uso o Photomatix, etc.

Qual é o seu equipamento de sonho/eleição? 

Vai parecer muito pretensioso, mas se é para sonhar é para sonhar… Sonho, à data, vir a ter uma Canon EOS 1DX, com uma Sigma 10-20 f/3.5, Canon EF 24-70 f/2.8L, Canon EF 70-200mm f/2.8L IS II, Canon EF 100mm f/2.8L IS Macro e para “brincar” uma Canon MP-E 65mm f/2.8 Macro.


Analógico ou Digital?

Porque não ambos? Acho que há um encanto especial em usar analógico. É como ouvir música em discos de vinil. É claro que o CD e o DVD trouxeram qualidade, portabilidade, acessibilidade e outras tantas características bestiais, mas quem ouve um disco de vinil sabe que o que está a ouvir tem outra sonoridade, outra dimensão, e o mesmo se passa com a Fotografia. Por um lado o digital veio democratizar a arte de fotografar. Essa arte deixou de “pertencer” a uma elite para poder ser atingível pelas massas, é muito mais imediata, não tem os mesmos custos de revelação que o filme tinha, mas se fotografarmos com analógico percebemos que existe uma diferença. Se calhar atrevo-me a dizer que o analógico pode ter um pouco mais de alma, já que o fotógrafo tem de estar imerso na cena e tem de antever o resultado final que acaba por dar um pouco mais de si. Obviamente que nem todos que fotografam em digital serão assim, um artista empresta sempre um pouco da sua alma para a sua arte, no entanto com o digital deixou de haver a preocupação em acertar tudo à primeira e passámos a conviver com uma atitude de “leviandade” face ao momento do clique. Contra mim falo… Daí ter voltado ao analógico…

Qual a sua preferência quanto aos estilos de fotografia? 

Não tenho propriamente uma preferência, posso, quanto muito, ter apetências mais fortes para determinada corrente da fotografia, mas nesses aspetos sou muito eclético. Tanto gosto de fotografia de moda como de Macro, tanto me perco a olhar para uma bela paisagem como para uma fotografia de rua, sejam a cores ou a preto & branco. Mas revejo-me muito na fotografia de concertos e de espetáculos. Independentemente de preferências gosto acima de tudo de Fotografia de Qualidade.

Quando fotografatem um propósito em mente ou deixa-se levar pelas oportunidades que surgem?

Mais uma vez, tenho de responder ambos. Tudo depende da situação, e isso também advém do fato de os meus gostos serem bastante diversos. Se por exemplo estiver em estúdio com uma modelo, obviamente que tenho uma ideia bastante concreta do que pretendo atingir, mas se estiver na rua a vaguear, então deixo-me levar pelas oportunidades. Por vezes esperando por elas, outras a tentar criar as oportunidades.

Que acontecimento recente mais o levou a desejar lá ter estado como fotografo e porquê?

O que eu tenho pensado e pensado sobre o que poderia responder nesta pergunta… Acho que vou responder nenhum e todos ao mesmo tempo… Não é que eu seja insensível ao que se passa em meu redor, o que eu acho é que qualquer acontecimento tem o potencial para oferecer excelentes oportunidades fotográficas, seja ele uma crise humanitária, uma guerra civil, um paquete a afundar ou simplesmente a ida de uma criança ao circo. Por isso em vez de responder a um acontecimento passado em que eu gostasse de ter estado, vou responder com um acontecimento futuro onde gostaria de estar. Gostaria imenso de cobrir os Jogos Olímpicos, para já por ser um desafio, mas também pela emoção e o stress (no bom sentido) que existe junto dos fotojornalistas.

Dos trabalhos fotográficos realizados, qual foi para si o mais marcante e com qual mais se identifica?

Na verdade ainda não foi completamente realizado, ou melhor tem estado a decorrer e sinceramente não sei quando é que o considerarei terminado. O que se passa é que me encontro a trabalhar com um grupo de Rock, os “TrashCandies”. Trata-se de um grupo em início de carreira e que foram amáveis o suficiente para me convidarem a tirar algumas fotos deles. O que foi um simples convite passou para uma experiência documental e tenho fotografado grande parte da sua atividade, desde as fotos de promoção aos ensaios e ao seu primeiro concerto. Temo-nos vindo a conhecer mutuamente e aestreitar laços de amizade o que considero ser uma maior valia para mim como fotógrafo, mas acima de tudo como pessoa. A ideia no futuro é compor um livro que contenha os momentos mais marcantes do primeiro ano de vida dos “TrashCandies”.

Que projectos na área da fotografia tem para o futuro?

Neste momento tenho planos de me manter dentro da fotografia de música, principalmente de concertos, já que a luz cénica usada nos concertos pode ser absolutamente fantástica e está ali à nossa disposição. Cabe ao fotógrafo adaptar-se à luz e maximizar o resultado final. Atualmente tenho feito participações para a revista Arte Sonora e para a revista on-line Imagem do Som.

Quais as perspectivas actuais e futuras, que tem, da fotografia em Portugal? 

Portugal, encontra-se a atravessar uma grande crise económica, mas uma coisa que os Portugueses não têm, é falta de imaginação e criatividade. Por isso antevejo que muita gente se vá “agarrar” à máquina fotográfica e que vá reencontrar nessa “velha amiga” uma nova atividade económica, ou apenas um escape para a pressão do dia-a-dia, da falta de feriados, das horas extra não remuneradas, etc. etc…

Quais são os teus fotógrafos de referência?  

Não tenho propriamente fotógrafos de referência, mas tenho fotógrafos cujo trabalho eu sigo, ou cujo trabalho valorizo imenso são exemplo disso a Rita Carmo, Rui M. Leal, Joel Santos, entre tantos outros… Não podemos é esquecer os “Grandes Mestres”, como Ansel Adams, Man Ray, Henri Cartier-Bresson, Robert Capa, etc, etc… Voltamos à eterna questão, não tenho propriamente um fotógrafo de referência mas sim valorizo qualquer um que produza Fotografia de Qualidade.

Qual a sua opinião acerca do nosso site e na sua óptica que melhorias poderiam ser feitas?

Apraz-me dizer que não tenho qualquer sugestão de melhoria à nova versão do site… Tive a hipótese de poder dar alguns inputs à administração do Site, e por isso as dificuldades que eu sentia com o site foram ultrapassadas. Acho que o fotogénicos.net tem vindo a firmar-se como base para uma comunidade fotográfica o que é digno de reconhecimento. Valorizo especialmente as competições e os desafios com oportunidade de publicação nas revistas Super Foto Digital e zOOm.

Deixe o link do seu site ou blog.

http://www.flickr.com/photos/eduardoventurafotografia/


Galeria do Eduardo Ventura no fotogenicos.net






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